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Friday, November 28, 2003

De recurso em recurso até à prescrição final 

O Primeiro Ministro solicitou ao seu Gabinete uma proposta sobre aplicação da jurisprudência. Como o assunto é confuso, o Gabinete solicita a participação da Sociedade Civil.

Pretende-se evitar que a Justiça continue a perseguir a própria cauda, acumulando processos e recursos e códigos e tribunais e o mais até à prescrição final.

O que pode ser feito para tornar o sistema de justiça eficiente? Vote!

O que é deles é deles, o que é nosso não é deles. 

Os Tribunais (ou um deles, aquilo é uma confusão) declararam os irmãos Metralha Gonçalves culpados de qualquer coisa.
A oposição, com os bolsos cheios de culpas, tratou de desvalorizar a acusação, alegando que todos os indivíduos têm direito a desbaratar dinheiro.
O Governo, por uma vez, concorda, desbaratem à vontade, desde que o dinheiro seja deles. Infelizmente, a Universidade Moderna é uma cooperativa de ensino com isenção fiscal e outras benesses que tais. Logo, convém lembrar que o dinheiro da Moderna não é só da Moderna, nem dos cooperantes, é dinheiro público. E, se alguém o desbaratou, em vivendas apalhaçadas ou limousines-pimba, não o fez com o seu próprio dinheiro, mas sim com o dinheiro de outros, o que, se não for crime, é pelo menos desagradável.

O Primeiro Ministro, não se manifesta sobre o teor da pena, por respeito à independência dos tribunais, mas manifesta-se contra a desculpabilização dos factos. Os gestores da Moderna andaram a gastar dinheiro que era de todos. E isso é mau, para todos.

Vote em mim – Quanto menos empresas públicas ou semi-públicas ou para-públicas, menos dinheiro de todos no bolso de uns fuinhas.

Thursday, November 27, 2003

A droga para quem precisa 

Portugal tem a taxa de toxicodependentes mais elevada da Europa. E a crescer. Os toxicodependentes precisam de umas dezenas de contos por dia para alimentar o vício. Se um viciado gastar 300 contos por mês em heroina durante 5 anos quer dizer que cada vítima tem um valor esperado para o traficante de 18mil contos. O negócio da droga é tão rentável que até estranha que não ande mais gente a oferecer pó aos putos para experimentar. Para sustentar o negócio, os viciados alimentam o vício com uma percentagem monstra do crime, insegurança, problemas de saúde, sida, hepatites, prisões, etc.

A oposição acha que perseguir os traficantes que não são do mesmo clube e empurrar os drogados de bairro em bairro esconde o problema da vista dos inocentes.

O Governo sabe que uma medida unilateral de Portugal traria para cá todos os drogadictos da vizinhança, por isso, enquanto a hipocrisia internacional dominar, mais vale ser pragmático.

O Primeiro- Ministro propõe a constituição de um estatuto de “doente de alto risco” para os toxicodependentes comprovados. Esses, teriam acesso, para tomar não para levar para casa, a droga dura e pura para saciar o vício. O governo venderia essa droga a preço de custo (no Afeganistão o ópio sai ao preço da chuva, mais barato já que nem chove tanto por lá) poupando nas margens criminosas da distribuição (literalmente) e poupando também os restantes cidadãos ao esforço de alimentar o tráfico via crime. E até reduzindo a receita que um potencial agarrado representa para um traficante.

Vote em mim – A força do tráfico de droga está nos mais de 100mil toxicodependentes que há em Portugal e que ali investem fortunas vindas do roubo, da prostituição e afins. Se se tirar do mercado os indivíduos que consomem as grandes quantidades a criminalidade reduz-se dramaticamente. Afinal não foi a proibição que impediu os drogados de se viciarem.

Wednesday, November 26, 2003

Devolver a habitação devoluta  

(reedição)
Existem, só em Lisboa 90 mil fogos devolutos. No Porto são 40 mil (acho que é isso). Dava para meio milhão de pessoas. Só nas principais cidades. Se amanhã descolonizássemos França, havia casas construídas que davam para todos "les retornées".
Ainda assim e apesar deste património, constroi-se novo e abandona-se o velho. Portugal gasta metade do seu capital em imobiliário (que como o nome diz é dinheiro parado) enquanto já aqui ao lado, em Espanha, esse valor é de apenas 20%. Os espanhóis têm mais 30% da poupança para investir em coisas que realmente dinamizem a economia. E têem no usado para nos conquistar.
Pela mesma razão em Portugal a reconstrução despende menos de 10% do dinheiro da construção civil, quando esse valor deveria ser pelo menos cinco vezes maior.

A oposição gosta do estado das coisas porque permite financiar as felgueiras deste país e os prédios do taxi suíço. Só com nova construção se faz os loteamentos que financiam os partidos. A recuperação sai mais barata ao país, mas não alimenta os presidentes de câmara.

O meu governo reconhece que as pessoas têm direito a ter casas vazias, não podem é deixá-las cair de podres. Até porque representam um risco para os outros (acidentes, incêndios, ocupas drogados...)

Assim a proposta do Primeiro-Ministro é simples. Casa abandonada e degradada é posta à venda como na lota (o preço vai baixando até alguém comprar). Só em Lisboa haveria 90 mil casas a ser vendidas ao preço da chuva, passaria logo a compensar fazer obras de recuperação. O Direito à propriedade implica a obrigação de a manter.

Vote em mim – Se um apartamento no centro da cidade custar dez mil contos de obras alguém vai querer ir viver para uma pseudo-urbanização lata de sardinha em Massamá?

Tuesday, November 25, 2003

Tuga fiscal em vez de fuga fiscal (reedição) 

Em Portugal se pagam muito poucos impostos. Ou melhor, que em Portugal muito poucos pagam impostos. A nossa economia fiscal sustenta três impossibilidades matemáticas. (1) milagrosamente só umas dezenas de empresas semi-públicas conseguem ter lucros (2) Só os papalvos dos trabalhadores por conta de outrém ganham mais do que o ordenado mínimo. E (3) os impostos em Portugal são aplicados em percentagens parecidos com os do resto da Europa mas a receita não aparece nos cofres do estado.

A oposição acha que a solução para cobrar impostos é perdoar as dívidas. Ou então atribuir subsídios e totolotos para as empresas suportarem custos de reestruturação.

O meu governo fará de cada português um fiscal das finanças. Com deduções fiscais para tudo o que for transacção.

Proposta do Primeiro-Ministro – Basta apresentar uma factura que 3 ou 4% desse valor é dedutível no IRS. Para simplificar, o cartão de contribuinte passaria a ter um chip que regista transacções. No fim do ano o pagante só tem de abater à sua matéria colectável todo o dinheiro que gastou. Como no Iva, mas aplicado ao IRS. Assim deixava de haver transacções sem factura. E as empresas até descobriam que vendem o suficiente para ter lucro.

Vote em mim - As empresas que hoje não passam facturas vão ter os consumidores à perna a quererem a bonificação passar a ter dificuldade em esconder a receita. Como nos médicos, que devem ser os únicos otários por conta própria que pagam IRS.

Monday, November 24, 2003

Lobby Dentada 

Depois da Selecção de Futebol sub21 ter extravasado a sua alegria nos sanitários, os responsáveis (da Federação) desculpabilizaram os jovens porque estes teriam sido mal recebidos.
Simultaneamente, 3 taxistas foram sujeitos a termo de identidade e residência por roubarem às claras no aeroporto, os responsáveis (da Antral) desculpabilizaram os fogareiros porque roubar o turista é normal e até há outra gente que o faz.
Se os responsáveis desculpabilizam deve ser porque também são culpados.

A oposição é corporativista. Acha que as partes são compostas por organizações choronas de lobby, que se limitam a “defender os seus interesses” e os “direitos adquiridos”. Seja a Ordem que não quer mais médicos. Sejam os sindicatos que querem aumentos de 5% para TODA a gente, independentemente se trabalham ou não. As corporações são organismos egoístas
que agem como se não vivessem no meio das outras pessoas.

O Primeiro Ministro não aceita que em nome dos interesses de “classe” se abdique do mais elementar sentido de justiça. Se são responsáveis, então que sejam responsabilizados.

Medidas do Primeiro Ministro para acabar com o corporativismo:
- As corporações são responsáveis pelo comportamento dos seus associados.
Por exemplo: Se um médico é culpado de negligência, a ordem paga. Se uma ponte cai a ordem dos engenheiros paga. Se uma claque desfaz um autocarro, o clube paga. Se um taxista rouba, a Antral paga. Se uma empresa contrata mão-de-obra infantil ou ilegal a AIP/AEP/etc paga.

Vote em mim – Para que as organizações lobbistas deixem de ser antros de interesses impunes.

Sunday, November 23, 2003

Apertar o cinto 

A oposição conservadora acha que se deve esperar pelo fim da crise para fazer alguma coisa
A oposição de esquerda quer "investimento público" como se não houvesse amanhã

Os economistas andam mais baralhados que os metereologistas em tempos de el niño

O Governo sabe que para sair da crise é necessário investimento privado (o que é diferente de subsidios e de cunhas do governo, ou até de senhores barrigudos a comprar mercedes).

Investimento Privado é quando as pessoas exploram oportunidades de negócio (lojas, serviços, etc)
Por isso é que o primeiro ministro está a liberalizar negócios que antes estavam entregues à economia paralela e outras organizações monopolistas (drogas leves, prostituição, renovação urbana, farmácias, etc).

Vote em mim - Investimento privado para sair da crise. Uma ideia aparentemente nova para a oposição.

Wednesday, November 19, 2003

Preservar a saúde 

Convém esclarecer um conceito que tem sido mal entendido: Preservar a saúde, significa evitar que os eleitores fiquem doentes, não tem nada a ver com preservar os interesses monopolistas dos profissionais da saúde.
Esta diferença é de facto subtil para a oposição, por isso é que o governo herdou uma déficit no SNS do tamanho do orçamento de estado de um país médio...esse mesmo.

De acordo com a oposição, preservar a saúde implica:
- Garantir o pleno emprego dos médicos, mesmo daqueles que cobram 15 contos para, em 15 minutos dizer "humpfr" e rabiscar "humpfr" na receita.
- Eliminar a concorrência às farmácias permitindo que um alvará chegue a custar 500.000€ (é verdade, vejam lá como está bom o negócio que dá para esta especulação... e quem paga? O contribuinte claro).
- Usar exclusivamente remédios de marca, puro premium. Que os portugueses, quando é para medicar é só de Luis Vitton para cima!
- Deixar a gestão dos hospitais e afins sem responsáveis que é para que os Portugueses gastem mais dinheiro em saúde do que qualquer outro pais da Europa (mesmo os Gregos).
- Obrigar o eleitor a pagar as ineficiência sem beneficiar nada. Garantindo que só os ricos têm acesso a cuidados de saúde porque são os que pagam duas vezes (seguro pessoal + SNS).

Enfim, a única coisa que está preservada é a mama do sistema de saúde onde todas (sim todas) as partes abusam do poder.

Medidas do primeiro ministro:
- Liberalizar o ensino da medicina – Ainda hoje a Ordem dos médicos (organização corporativista que será extinta) se queixou que as novas 300 vagas podem perigar “a qualidade da formação”. Se em Portugal há falta de médicos, e se há mais médicos a reformar-se do que a formar-se, então o ensino da saúde é mau e não há nada a preservar. A Ordem prefere ter meio automóvel estampado a um que ande só porque é de uma classe diferente.
- Liberalizar a venda dos remédios. Como em Inglaterra.
- Genéricos à força - Prescrição e Financiamento apenas por princípio activo. Se os outros ingredientes não são activos então porque é que hão de ser importantes? Será que os médicos, tão bem formados, não sabem prescrever os princípios activos e respectivas excepções?
- “Cheque saúde” –Houve até um cromo que ganhou um Nobel por causa disto, que mais há a dizer!

Vote em mim – Entre gastar na saúde ou gastar na educação, a educação é melhor para o páis. Por isso, há que poupar na saúde, acabando com a preservação do buraco.

Monday, November 17, 2003

Os americanos esses chatos 

Qualquer pessoa que tenha andado na escola primária sabe que tem de ser dar com o latagão sobre-alimentado.
Essa vassalagem tem o seu preço, é preciso aturar umas macacadas no recreio. Um miúdo que faz a barba todos os dias apesar de andar na 3ªclasse não costuma ser um razoável e cordato comunicador, pois não?
Na EB1 que são as Nações Unidas, Portugal, franzino e asmático, tem mais é que ser amiguinho do rufia americano, e alinhar nas suas manifestações símias, ainda que discretamente. Como ir para o Iraque ver bater no putos daquela rua (antes eles que nós).

O que o Primeiro Ministro não percebe é porque é que anda toda a gente espantada com o perigo que a GNR vai enfrentar. Mas afinal, não foi porque o Iraque é um sítio perigoso que se mandou a GNR? E se a GNR não serve para policiar uma zona perigosa, quem serve? Certo, há o exercito, mas a transformação da tropa macaca numa força de útil ainda anda a arrastar-se no parlamento.

Vote em mim - A polícia onde há coisas para policiar!

Fogos Fatuos da oposição 

Parece que a oposição já não quer apagar os fogos com um livro em branco, agora querem apagar os fogos florestais com gasolina.
Para tal propuseram um aumento no ISP (imposto sobre produtos petrolíferos) para constituir um foinbdo de preservação e gestão e outro palavrão qq das florestas.


O Primeiro Ministro ainda achou que fosse uma brincadeira, mas não é! Será que estão doidos? Será que a ideia de criar um imposto sobre a gasolina para cuidar da floresta dos outros é apenas senilidade ou há outros interesses envolvidos?

As medidas do Primeiro Ministro para acabar com os fogos florestais são conhecidas. A floresta tem dono, os donos da floresta que cuidem dela.

Vote em mim - Quem não tem dinheiro para cuidar de uma propriedade que fique sem essa propriedade.


Thursday, November 13, 2003

Toma lá que já levaste. 

O Primeiro Ministro não costuma ter dúvidas, mas estava a ouvir este eleitor a queixar-se do estacionamento em segunda fila e ocorreu a seguinte solução:

E se quando um carro se estampar contra outro estacionado em segunda fila, a culpa for do carro estacionado?

Assim, todos os chaços a precisar de uma pintura agiriam como inibidores do estacionamento na faixa de rodagem. Imagine-se um datsun 1200 em plena forma, quase dois milhões de kilómetros, nenhuma avaria grave, mas com sarampo na carroçaria. Cruzava-se com um utilitário estacionado na faixa de rodagem e pimba, arrefinfava-lhe uma bolachada. Depois, descansadinho, saca uma fotografia, a recolhe a matricula e lá vai o bólide para a oficina fazer um face lift à conta do quatro piscas! Bastavam umas semanas de arranjos estéticos ao parque mais evelhecido que os engraçadinhos deixavam logo de confundir as faixas com o estacionamento.

Vote em mim, ou vote contra mim, mas vote!

Wednesday, November 12, 2003

4 histórias verdadeiras: Kafka no MSST 

No tempo da oposição foi uma data de gente para o desemprego. Profissionais qualificados, arranjariam solução em breve, mas entretanto pediram o subsidio: uma trabalheira, Seg.Social, o Centro de Emprego, esperar, sofrer, enfim, sempre era para receber.
Os meses passaram-se e os ditos contribuintes arranjaram novos empregos. Havia que cancelar o subsidio. Agora sim, a máquina devia funcionar. Pois.
O processo para deixar de receber (deixar de receber) é o seguinte:
1) O novo patrão informa a SegSocial que tem um empregado novo
2) O empregado informa o Centro de Emprego que já arranjou emprego
3) O empregado informa a SegSocial que tem um emprego
4) O empregado e o patrão começam ambos a descontar para a Seg.Social

Tudo certinho e a resposta foi:
- Um recebeu mais duas cartas a ameaçar que cancelariam a inscrição no Centro de Emprego se faltasse à formação;
- Outro recebeu um mês de subsidio a mais do que merecia e honestamente quis devolver. Como o pagamento veio atrasado e em bolo, a Seg. Social não quis aceitar a devolução do excedente e sugeriu que se devolvesse tudo para depois voltar a pedir apenas o montante correcto!
- Um terceiro ainda não recebeu nada, nem uma carta, nem um tostão, é invisível;
- O melhor fica para o fim, depois de descobrirem que haviam pago alguns meses a mais, a Seg.Social exigiu a devolução de parte desse valor para, no mês seguinte, esquecer-se e voltar a pagar aquilo que a própria Seg.Social já sabia ser indevido.

Vote em mim – Se o meu governo não tomar conta disto esta vítima vai ter mais dificuldade em deixar de receber do que arranjar um emprego.

Tuesday, November 11, 2003

Train à Petite Vitesse 

A oposição está a preparar uma proposta adicional para as ligações transfronteiriças via TGV. Além das outras 17 já anunciadas, a oposição tentou entrar em contacto com os nuestros patrones para propor uma ligação de TGV do Funchal a Tenerife. Segundo o porta-voz da oposição ”fazer riscos no mapa em terra é igualmente fácil sobre o mar”.

Felizmente o Governo sabe que uma linha de TGV só é útil se:
1) Os comboios andarem depressa - As propostas da oposição são para TPVs que se arrastam a menos de 200km/h a uma velocidade acessível a qualquer tunner e para a qual já pagámos a auto-estrada.
2) Os comboios forem cheios de gente que pagou o bilhete - Que se desenganem os habitantes das Berlengas que não será por lá que se fará o novo Entroncamento.
3) Não haja já grandes investimentos feitos em infraestruturas de transporte – Os pendulares custaram um balúrdio e continuam a andar a metade da velocidade que podem porque ainda nem sequer se endireitou a linha do norte.

Ora, com tantos condicionalismos, boa parte das linhas propostas pela oposição não são viáveis. Além do que fazer o TGV implica não fazer o aeroporto da Ota. Se os voos entre Lisboa, Porto e Madrid deixarem de ser necessários, o aeroporto da Portela é bem capaz de chegar para as encomendas.

Medidas do Primeiro Ministro para as os transportes públicos de alta velocidade:
- Cancelamento do plano de construir um novo aeroporto na Ota,
- Correr com os tropas de Figo Maduro e estender o terminal de passageiros e carga da Portela.
- Reconversão da base aérea do Montijo (ou Sintra) em mini-terminal para low cost carriers e charters.
- Construção da Linha TGV (com G grande) Lisboa, Madrid escolhendo o caminho mais plano.
- Fazer finalmente as obras na linha do norte para que o Pendular possa andar à velocidade para que foi comprado, extender o serviço a Vigo.

Mais explicações aqui .

Vote em mim – Obras públicas que são mesmo precisas em vez de riscos num mapa ou investimentos megalómanos.


Monday, November 10, 2003

Subsidiodependencia 

Parece que em Portugal a generalidade dos subsídios são mal empregues. Parece que os Portugueses têm um talento para encontrar o buraco da lei e nunca seguir o caminho previsto.
A solução simples é acabar com os subsídios, e de facto esse será o método a aplicar na generalidade dos casos. Fim aos subsídios.

Aos que sobrarem impõe-se a aplicação de critérios de mérito objectivo na sua atribuição. Em vez de criar papeis para preencher e avaliadores entre o mal pago e o corrupto para os avaliar. Os subsídios, todos, serão concedidos sob uma de duas formas:
- Empréstimo, ou
- Financiamento directo ao utilizador
Sem meio caminho. Nos casos em que não há uma massa de beneficiários do serviço (por exemplo a agricultura) todos os subsídios têm de ser pagáveis depois. Nos casos em que os beneficiários são uma população servida (como a cultura), entrega-se esse valor a cada pessoa (sob a forma de bilhetes por exemplo).

Vote em mim - A subsidiodependência é combatida pela pragmatocracia. E ainda se poupa nos valores a atribuir.

Sunday, November 09, 2003

Um jantar de família 

Tios, primos, avós, todos contentes juntam-se numa almoçarada. Depois dos habituais excessos de calorias e ácool, vem a conta.
Os avós, reformados, com uma pensão miserável escusam-se a pagar, ninguém liga, os pobres também pouco comem.
Os pais, tios, cunhados e restantes adultos produtivos, preparam-se para dividir a conta. Estranhamente os que melhor parecem viver: empresários, comerciantes, trabalhadores liberais, etc. Escusam-se muito ocupados com telemóveis, cartões e negócios e fogem à conta.
Semm opção e mal servidos, os país, encolhem os ombros e resolvem-se a acartar com a despesa, mas não deixam gorjeta. Esperam que os filhos mais velhos, estudantes universitários, o façam.
A restante família fica incrédula quando a matula se empertigaita e grita: "Não pagamos!"

As propinas estão para o financiamento do ensino superior como uma gorjeta para um restaurante, são 10% da conta! Que opinião ter de quem, depois de comer, discute a gorjeta? Pelo menos não estarão à vontade com a matemática!

O ensino superior é um investimento na formação das pessoas (!!!) destinado a proporcionar-lhes melhores condições de vida futura (é mesmo!). Assim nada como fazer os beneficiários pagarem por esse investimento, mas dando-lhes tempo.

O Primeiro Ministro informa que em vez de discutir a gorjeta, cada aluno do ensino superior deveria aproveitar o empréstimo (sem juros) relativo a todo o valor do seu curso. Esse valor depois será pago, via impostos, ao longo da vida produtiva do futuro-diplomado.

Vote em mim - A conta do ensino superior divididos por 25 anos, são menos de 20 contos por mês, Não é muito! Se alguém vai para a universidade ao menos que o faça para conseguir um aumento de 20 contitos, porque, se nem com o curso consegue um aumento de 20 contitos, então ó filho, deixe-se disso!

Tuesday, November 04, 2003

Estimado senhor doutor Abrupto ,  

Pede o Primeiro Ministro ao seu Gabinete que lhe envie a seguinte mensagem a qual se transcreve respeitosamente:

“Estimado colega, acho que esta história da constituição europeia está a ser posta completamente de pernas para o ar.
Quem ouvisse o que se diz sobre o assunto pensaria que a oposição estava de volta e até tinha contratado uns consultores para trabalhar numa comissão que proporia a elaboração de um livro branco, mas isso é outro assunto.

Já reparaste que há, na sociedade portuguesa dois tipos de pessoas:
- Aqueles que se estão ‘cagando’ para o segredo de justiça, para a constituição europeia e até para o BB4 (que já ninguém vê).
- Os outros que andam a discutir a falta de informação sobre a constituição europeia (são 7, houve um acessor aqui da casa que os contou).

Ora, se quem se preocupa com o assunto só fala da falta de informação, então o problema é que ninguém leu o raio da Constituição Europeia, mesmo a direita conservadora não chegou a passar do prólogo e por isso é que só se lembrou de reclamar contra a ausência do cristianismo como referência não sei do quê, e porque lá falava dos gregos.
Eu por acaso também não acho nada bem que se fale dos gregos, especialmente agora que estão menos pateticamente pobre do que nós. Mas nem é essa a chatice, aquela estopada da Constituição tem um preambulo por ordem cronológica e só fala de Cristo a partir do ano 0 e como antes vêem os gregos (irra!) que já cá andavam a mandar bitates desde o ano 1000AC. A democracia cristã desistiu de ler por volta do ano 350AC do preambulo (página 150) e resolveu implicar com a única parte que lhes ocorreu.

Digo-te já, que eu também não li nada daquela charopada, e estou apenas a fazer especulação, mas essa especulação é melhor do que me queixar de falta de informação. Porque essa ladainha é que não faz sentido.

Afinal Portugal é um pais democrático com liberdade de expressão (q.e.d nesta carta) o que implica que não há nenhuma entidade paternalista de lápis azul a impor o que deve e não deve ser discutido, consequentemente não há falta de informação. Num estado democrático a informação é uma obrigação e não um direito. O que, neste caso da lengalenga do francês, quer dizer que das duas uma ou gramamos a estopada ou a lemos. Pois, vai dar ao mesmo, vamos ter de gramar com aquilo na mesma.

Assim, como primeiro ministro, vou tomar a sensata decisão de não chatear o contribuinte com a constituição europeia, cancelar o referendo e discutir/aprovar ou não a constituição no parlamento que é para isso que a gente lhes paga.

Cá para mim voto contra porque voto sempre contra coisas extensas e aborrecidas, mas isso sou eu, o meu governo fará ao eleitor o favor de poupar-lhe a chatice de o informar contra sua vontade.

Desculpa se me estendi, mas como era para ti que sei que és dado a letras, para mais este assunto não tem nada de curto. Enfim é tudo a empurrar para que a carta se arraste.

Pois bem, a votos, já chega de debater a falta de debate sobre a constituição europeia e vamos mas é discutir a reforma fiscal que encontrarás documentada no www.primeiroministro.blogspot.com que está à espera de uma visita na madrugada.

Um grande abraço deste teu prolixo governante, e diz qualquer coisa lá no blogue.


Exposta a missiva de sua excelência o Primeiro Ministro, O seu Gabinete lamenta a falta de um tratamento mais adequado, mas o acessor encarregue do protocolo foi despedido para cumprir o déficit.

Melhores cumprimentos
plo Gabinete do Primeiro Ministro
(assinatura ilegível)

Há gente muito rica e só recebe o ordenado mínimo, mas é segredo!  

O Gabinete do primeiro ministro informa que o sigilo bancário tem de ser levantado para permitir a cobrança das obrigações fiscais dos portugueses.

A oposição tentou que a coisa fosse lá pela declaração voluntária. Do género: Diz-me quanto ganhas, dir-te-ei quanto cobro (ah, e quanto mais ganhares mais cobro!) Estranhamente os portugueses suspeitaram de algo não declaram tudo o que deviam. Por culpa da oposição presume-se que faltem uns 500 milhões de contos (sim desses) na receita do estado, dinheiro esse que podia ajudar a pagar o déficit e ainda sobrava metade para amenizar a carga fiscal.

O meu governo sabe que o levantamento do sigilo bancário não é bom para quem tem algo a esconder e que corre o risco de perder (os bancos perderem que o governo não vê nada) os depósitos obscuros dos traficantes, políticos e outros meliantes. De qualquer maneira não está preocupado porque essa verba não deve fazer muita falta aos bancos. Por um lado porque os bancos têm todos (sim t-o-d-o-s) lucro e não lhes fazia mal terem prejuízo de vez em quando como as outras empresas. Por outro porque o valor em questão deve ser pequeno, O primeiro ministro presume (sim presume-se, ainda há aquela o segredo bancário, não se sabe bem) que se um traficante que guarda os seus proveitos obscuros em Portugal não há-de ser grande espingarda e também não deve lavar tanto dinheiro quanto isso

Medidas do primeiro ministro:
- Além da fiscalização fiscal ser feita por todos os tugas .
- Acabar com o sigilo bancário e cruzar essa informação com as declarações de rendimentos.

Vote em mim – Já que o estado cobra impostos ao menos que os cobre a toda a gente. Ou então vão discutir com este tem outro motivo qualquer para querer manter o sigilo bancário.

Sunday, November 02, 2003

Arrumar a casa antes de protestar com a da vizinha 

A oposição quer fazer um referendo à proposta de constituição europeia. Mas a oposição também acha que esse referendo não deve ser feito ao mesmo tempo das eleições para o parlamento europeu. Isto apesar de não apresentar nenhuma razão concreta para isso. Excepto claro aquela picuinhice em que a oposição já nem se lembra de porque é que pôs na constituição.

A Constituição Portuguesa tem artigos sobre tudo e mais um par de botas, para lei das leis são demasiadas leis. Lá diz que não se pode referendar ao mesmo tempo que se elege. Este caso demonstra quanto esta restrição é tonta. Que mal vem ao mundo em fazer simultaneamente uma eleição inútil (a distribuição dos euro-tachos) e um referendo sobre algo que ninguém leu. O facto de apenas se ter discutido a inclusão do cristianismo no preâmbulo é a demonstração que ninguém teve sequer paciência para ler mais do que o primeiro capítulo.

O Governo lembra que num estado democrático e sem censura, a informação não é um direito, é um dever, por isso não vai dar ouvido às ladainhas dos populares que se queixam de falta informação.

O Primeiro Ministro acha que este é um caso paradigmático da falta de preocupações úteis dos consticionalistas, por isso:
- Não vai referendar a constituição europeia – Uma coisa que ninguém leu não merece ser referendada.
- Retirar da constituição a impossibilidade de referendar e eleger ao mesmo tempo - -uma bizantinisse uma das coisas que não tem nada que estar na constituição.

Vote em mim – Se nem a nossa constituição é útil, para que anda tanta gente preocupada com o preâmbulo da constituição europeia.

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